Gostar de alguém.... gostar de alguém mais do que esse alguém gosta de nós... não é raro... é menos raro do que gostar de alguém que gosta de nós da mesma forma. Mas entristece, magoa... e quando nos sentimos magoados temos tendência a ser um pouco mais egoístas, temos tendência a avaliar as pessoas, os sentimentos, as situações de forma incorrecta. Sentimo-nos no direito de exigir do outro sentimentos semelhantes aos nossos, sentimos que temos o direito de nos retribuírem o nosso amor e que por isso o outro tem o dever de nos corresponder.
Como é possível que não o faça?!
Chegamos a exigir esse amor, a mendigá-lo, a afirmar que podemos gostar por dois ou simplesmente chegamos a ficar magoados com a pessoa por ela não o fazer...
De certa forma é até legítimo que, por breves momentos, se sinta tudo isto. Mas depois.... depois é também saudável que tomemos consciência do absurdo que são estes sentimentos. Do absurdo que é exigir, cobrar algo que só é completamente pleno, que só preenche, que só satisfaz se for completamente voluntário e porque sim, porque ambas as pessoas gostam e porque ambas decidem partilhar entre elas tudo o que sentem.
Senão... ficaremos para sempre amargurados, presos a pessoas e momentos que já não estão ou nunca estiveram sequer lá. E quem perderá com isso? Nós, só nós... porque os outros... os outros seguem a sua vida!
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